sábado, 29 de janeiro de 2011

O diamante negro, Kobe Beef

  

O gado Wagyu (wa significa ‘japonês’ e gyu significa ‘gado’) foi introduzido no Japão originalmente da península coreana no século II para fornecer tração para o cultivo de arroz. Com o isolamento do rebanho devido à topografia das ilhas do Japão ser montanhosa e a disponibilidade de terra ser limitada, adotou-se técnicas de alimentação e de reprodução especial e diferenciada, o que tornou a carne desse gado um tanto superior.
O rebanho bovino no Japão ficou oficialmente fechado por mais de 200 anos por meio de um mandato de um shogun que durou de 1635 até 1854. Com a “Restauração Meiji”, em 1868, o governo abriu a indústria pecuária do Japão.
Durante esses anos os bovinos Wagyu foram criados e produzidos seletivamente em Kobe, cidade da capital da província de Hyogo, no Japão. Por esta razão sua carne é chamada de Kobe Beef. De coloração preta compreende as linhagens: Tottori, Tajima, Shimane e Okayama, porém as principais desenvolvidas e encontradas atualmente são a Tajima e Tottori. Supostamente são alimentados com uma mistura de grãos, cerveja e saquê, porque a bebida alcoólica além de ser calórica, aumenta o apetite e são massageados regularmente para amaciar a carne e melhorar o marmoreio da sua gordura. Além disso, escutam música clássica, pois os criadores afirmam que quando o animal está relaxado ele produz uma carne de melhor qualidade.
Os bovinos da raça Wagyu são geneticamente predispostos ao intenso grau de marmoreio e produz alta porcentagem de gorduras insaturadas. Possuem maior habilidade de infiltrar gordura entre as fibras musculares, formando desenhos perfeitos, com uma rapidez e eficiência maior se comparado com outras raças de origens européias e asiáticas.
Carne saborosa é a que mantém o equilíbrio entre suculência e maciez (dependem do teor de gordura contida na carne) com paladar e aroma (definidos pela qualidade desta gordura). O Kobe Beef quando preparado produz uma suculência única, uma maciez intensa e um sabor característico delicioso, porque o sabor próprio da carne se combina com a gordura derretida entre as fibras.
A fim de proteger sua indústria de carne bovina nacional, o governo japonês impôs severas leis que proibiam a exportação de gado vivo Wagyu japonês. No entanto, em 1976, foram importados para os Estados Unidos. Hoje, são nascidos e criados na Califórnia e na Austrália e são alimentados com as especificações exatas da carne de Kobe. Quando o gado está quase pronto para o abate, é enviado para Kobe, no Japão, onde sua alimentação é completada e o gado é abatido.
No Brasil a importação teve início em 1992 através de uma multinacional japonesa que é a maior produtora da raça pura no País. E em 2006 alguns poucos restaurantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já incluíram essa iguaria em seus cardápios.

Finalmente, um assunto que até poderia ser ignorado, mas é importante dizer: o valor. Um quilo do Kobe Beef chega a custar US$ 1.000,00 (mil dólares) no mercado internacional e no nosso país, um prato está custando em média R$ 120,00 (cento e vinte reais), porém todos que degustam e apreciam a carne não se arrependem. Afinal, logo na primeira garfada já se sente o bife se desmanchando em múltiplos sabores, compensando a excentricidade.

Um comentário:

  1. Vamos tentar acertar; Quanto a adaptação desta raça bovina não temos preocupação. A preocupação é quanto a alimentação. Não encontrei nada sobre o regime alimentar e principalmente nos últimos dias antes do abate.

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